O Último Adeus

Título: O último adeus
Autora: Cynthia Hand
Editora: DarkSide
Páginas: 352
Ano: 2016
Avaliação: 4/5

SINOPSE
   O Último Adeus é narrado em primeira pessoa por Lex, uma garota de 18 anos que começa a escrever um diário a pedido do seu terapeuta, como forma de conseguir expressar seus sentimentos retraídos. Há apenas sete semanas, Tyler, seu irmão mais novo, cometeu suicídio, e ela não consegue mais se lembrar de como é se sentir feliz.
   O divórcio dos seus pais, as provas para entrar na universidade, os gastos com seu carro velho. Ter que lidar com a rotina mergulhada numa apatia profunda é um desafio diário que ela não tem como evitar. E no meio desse vazio, Lex e sua mãe começam a sentir a presença do irmão. Fantasma, loucura ou apenas a saudade falando alto? Eis uma das grandes questões desse livro apaixonante.
   O Último Adeus é sobre o que vem depois da morte, quando todo mundo parece estar seguindo adiante com sua própria vida, menos você. Lex busca uma forma de lidar com seus sentimentos e tem apenas nós, leitores, como amigos e confidentes.

    "Desculpa, mãe, mas eu estava muito vazio".

     Essa foi a frase que Tyler deixou para sua mãe em um post it logo após se matar com um tiro de espingarda na garagem da sua casa. Tudo minimamente calculado, cada detalhe, cada passo do seu suicídio.
    Não nos é informada a idade exata de Tyler, somente que ele está no ensino médio e que é o irmão mais novo de Lex, uma garota de 18 anos.
    Os irmãos têm seus pais divorciados, e Tyler nunca conseguiu lidar bem com essa separação. Ambos sempre foram unidos, e ajudavam um ao outro. Depois que Tyler se matou, Lex e sua mãe não conseguiram mais viver suas vidas normalmente, sempre tentavam preencher o vazio que o menino deixou.
    Visando ajudar sua paciente, o terapeuta de Lex sugere que ela escreva um diário, para tentar "se abrir" acerca dos seus sentimentos, visto que, como ela mesma dizia, não conseguia mais chorar há algum tempo.
"Depois que meu irmão morreu, o tempo passou devagar, e eu me arrastei para fazer todas as atividades obrigatórias que ainda tinha que realizar: estudar, comer, dormir, escovar os dentes, secar os cabelos, fingir que me importava. Isso ou o tempo desaparecia."
    A mãe de Lex é uma estudante de enfermagem, e fica totalmente arrasada com a perda do filho. Ela repete a todo momento que a vida dela terminou, que não tem mais sentido viver. 
    O livro conta o que acontece depois do suicídio. O que acontece com as pessoas que Tyler deixou. O que acontece na vida delas. 
    Como protagonista, temos Lexie. Ela é uma garota que depois da perda do irmão, não se permite sentir. Ela não consegue chorar, não consegue expressar o que está sentindo. 
"Gostaria de conseguir chorar. Seria uma coisa bem apropriada de se fazer neste momento: lembrar do meu irmão e chorar. 
Mas não consigo."
    Antes de Tyler morrer, Lexie tinha um namorado; era a melhor aluna na aula de matemática, sonhava em entrar para o MIT. Depois que Tyler morreu, tudo dentro dela morreu também.  
    Não sei como resenhar esse livro, porque eu demorei muito tempo para terminá-lo. Eu sou uma pessoa que sente muito, e quando eu leio, parece que entro na vida dos personagens. Não foi diferente com esse livro; por isso, eu demorei tanto. Eu senti muito. Parecia que pesava dentro de mim. Cada palavra que eu lia.
    Já resenhei outros livros que tinham como tema o suicídio, mas confesso que esse me deixou mais chocada. A autora se baseou na própria vida para escrever o livro: seu irmão mais novo se matou quando tinha 17 anos. Mas isso não significa que tudo o que ela escreveu no livro aconteceu com ela.
    Há um tempo, eu assisti um comercial sobre o suicídio. Dizendo que era egoísmo da parte do suicida, que a vida dele não era só dele, mas dos outros que conviviam com ele também. Egoísmo ou não, acredito que cada um sabe a dor que sente. Não cabe a ninguém julgar. Todavia, o livro me ensinou a ver o lado das pessoas que ficaram depois da morte. Era fato que Tyler tinha depressão, e ninguém conseguiu ver isso. 
"Tenho fases nas quais acho que tudo vai ficar bem e que o céu é azul e tal, quando consigo sentir o sol e o ar entrando e saindo de meus pulmões e penso a vida é boa. Mas então, todas as vezes, também sei, lá no fundo, que a escuridão está vindo. E não vai parar de vir. E quando eu estiver na escuridão, vou estragar tudo."

    Não é culpa de ninguém que o menino tenha se matado. Ele planejou todo o seu último dia, desde o post it, até as roupas separadas para ser enterrado. Ele ligou para a emergência minutos antes de se matar, para poupar sua mãe da dor de vê-lo morto no chão da garagem. 
    Como eu sempre penso: não nos cabe julgar as escolhas dos outros. Talvez, se fôssemos mais presentes na intimidade das pessoas que nos dão abertura para isso, pudéssemos enxergar o que há de errado dentro delas. Mas nem sempre isso é possível; porque a rotina nos consome, o cotidiano nos atarefa. É um mundo solitário, mas sempre existem pessoas dispostas a ajudar.     
"Nunca se sabe quando vai ser a última vez. Que você abraça alguém. Que você beija. Que você se despede."
    Para concluir: esse livro foi um dos livros do nosso desafio literário. Se você quiser conhecer sobre o desafio, basta clicar na imagem.







7 Comentários

  1. Oie
    Este livro foi o primeiro que eu li este ano e eu gostei bastante do livro, até me emocionei no final e nos faz refletir sobre muitas coisas.

    Beijinhos
    https://diariodeincentivoaleitura.blogspot.com.br/

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  2. Oi Meise,
    Incrível como essa simples capa por esconder uma história dessas, né?
    Nossa, fiquei bem curiosa, porque é um tema que me atrai bastante.
    Foi para a lista de desejados!
    Beijos
    http://estante-da-ale.blogspot.com.br

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  3. Olá Meise!
    Estou com esse livro para ler, e acredito que vou sentir bastante também.
    Sempre acabo lendo livros e vendo séries com esse tema, e como você passei a pensar e perceber mais sobre as pessoas que acabam ficando vivas e com a dor da perda.
    Adorei sua resenha!
    Vou conhecer mais do desafio :)
    Beijos!

    Books & Impressions

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  4. Eu já li o começo desse livro, e por falta de tempo, acabei deixando-o de lado, mas sem dúvidas é um livro que tenho ainda muita vontade de finalizar a leitura. Não sabia que a autora havia se inspirado a um acontecimento tão próximo a ela, e imagino o quão difícil tenha sido pra ela escrever a obra... Poucos livros retratam o outro lado, o lado dos que ficam e têm de lidar com a dor da perda, e é algo bem doloroso de ver. Mas como você disse, não podemos julgar ninguém, se é egoísmo ou não da parte do suicida, e por aí vai. Só ele sabe pelo que estava passando. O que devemos é aprender a escutar mais o próximo, perceber quando a pessoa não está bem, fazer tudo o que estiver ao nosso alcance. Ótima resenha!!

    xx Carol
    http://caverna-literaria.blogspot.com.br/

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  5. Parece ser ótimo o livro!
    Eu não costumo ler tantos com esse tema, mas está na minha listinha!
    Adorei sua resenha!
    Bjs
    http://acolecionadoradehistorias.blogspot.com

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  6. Oi Meise, eu tenho uma amiga que leu e achou o livro bem tenso e tb ficou chocada. Ainda vou ler, mas preciso me preparar mais psicologicamente, o tema é bem forte!

    Bjs, Mi

    O que tem na nossa estante

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  7. Boa tarde,

    Essa é a primeira resenha que leio desse livro, achei interessante e gostaria de ler futuramente....bjs.


    http://devoradordeletras.blogspot.com.br/

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A leitura é uma porta aberta para um mundo de descobertas sem fim. - Sandro Costa

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